segunda-feira, 18 de março de 2013

Estranha vida... Estranho viver...



Estranha vida, estranho viver...
Seguimos seus caminhos, de tantos meandros,
Em tantos olhos nos refletimos, mas em poucos,
Muito poucos, nos encontramos.
Somos os tecidos tecidos por fios emaranhados
Em outros fios, nem sempre aqueles
Que se combinam em harmonia de cores,
Texturas e suavidade. Quando desgastados
Nos atritos do viver, vão esmaecendo, se desfazendo.
E sobram os fios soltos, que se vêem arrastados
Ao sabor do destino, ou desatinos,
Sem em mais nada se fixarem, até...
Até que um dia, num acaso, por um acaso,
Sentem-se atraídos, esbarram em outro
E nele parecem se atar e, assim, se recriarem.
Mas teremos forças? Mas teremos passos,
Nesse lapso de tempo que resta,
Para criar a festa onde possamos
Nos embriagar de felicidade? Quero
Crer que sim, quero crer ser possível.
E quero, preciso, fazer disto tudo uma
Razão maior para sorrir, rir, gargalhar,
Na fortuna do amor, nos prazeres
Que o amar em amor pode dar.
Amar em amor... Deixando que o
Sentimento guie os sentidos,
Que os sentidos sejam a exaltação
Do sentimento de amar amando, e não
A saciedade estéril e vazia
Do prazer pelo prazer se esgotando.
Assim te quero. Real e concreta 
Na vida, real e concreta no amor, no ato de amar.
Te quero num amor que vá além do prazer
Do corpo, que seja o prazer maior da alma e do coração.
Será que estou exigindo muito da vida?
Mas, se assim não for, de que vale viver e sonhar?

Renato Oliveira

segunda-feira, 4 de março de 2013

Tu me chegaste...

Tu me chegaste
Vestida de primavera.
Em ti, nas tuas vestes,
Cores e brilhos que me eram,
Havia muito, esquecidos e estranhos.

Tu me chegaste quando
Os sonhos se faziam sombras
Em meio a desencantos tantos...
A vida que na noite tomba,
Desperta na brisa leve e solene,

E silenciosa,
Que em meus braços te repousa.

Renato Oliveira