Estranha
vida, estranho viver...
Seguimos
seus caminhos, de tantos meandros,
Em
tantos olhos nos refletimos, mas em poucos,
Muito
poucos, nos encontramos.
Somos
os tecidos tecidos por fios emaranhados
Em
outros fios, nem sempre aqueles
Que
se combinam em harmonia de cores,
Texturas
e suavidade. Quando desgastados
Nos
atritos do viver, vão esmaecendo, se desfazendo.
E
sobram os fios soltos, que se vêem arrastados
Ao
sabor do destino, ou desatinos,
Sem
em mais nada se fixarem, até...
Até
que um dia, num acaso, por um acaso,
Sentem-se
atraídos, esbarram em outro
E
nele parecem se atar e, assim, se recriarem.
Mas
teremos forças? Mas teremos passos,
Nesse
lapso de tempo que resta,
Para
criar a festa onde possamos
Nos
embriagar de felicidade? Quero
Crer
que sim, quero crer ser possível.
E
quero, preciso, fazer disto tudo uma
Razão
maior para sorrir, rir, gargalhar,
Na
fortuna do amor, nos prazeres
Que
o amar em amor pode dar.
Amar
em amor... Deixando que o
Sentimento
guie os sentidos,
Que
os sentidos sejam a exaltação
Do
sentimento de amar amando, e não
A
saciedade estéril e vazia
Do
prazer pelo prazer se esgotando.
Assim
te quero. Real e concreta
Na
vida, real e concreta no amor, no ato de amar.
Te
quero num amor que vá além do prazer
Do
corpo, que seja o prazer maior da alma e do coração.
Será
que estou exigindo muito da vida?
Mas,
se assim não for, de que vale viver e sonhar?
Renato Oliveira