Essa saudade que chega de mansinho,Vai entrando na alma sorrateira,E quando se vê, se adonou por inteiraDaquele que era teu cantinho.Essa saudade que chega de mansinho,Se fingindo de doce recordação,Vai, aos poucos, numa explosão,Mostrando a dor de estar sozinho.Essa saudade que chega de mansinhoNas horas em que se esperaAs cores e o sol da primavera,É chuva de inverno no caminho.Essa saudade que chega de mansinhoDói tanto, e tanto mais quanto se mostraInclemente, rígida e impiedosaDos sonhos de sonhar vazios.Essa saudade que chega de mansinhoSem cores, sem brilho, sem matizes,Arranca as flores deixando raízesRetorcidas à beira do caminho.Renato Oliveira
Eu te esperei...Por longas noites, tristes madrugadas,Eu te esperei.Mas nunca viestes.E eu vivi esta ilusão por mim criada,De te ver chegar, minha doce amada,Num clarão de lua, completamente nua,Tua pele branca a brilhar em meus braços.Eu te esperei...Não como um sonho,
que se desfaz quando amanhece,Mas tão real Quanto a este amor que te ofereço,Quanto a tristeza que me tomaPor não te ver chegar.Eu te esperei,E te espero ainda...Mas, até quando, não sei...
Renato Oliveira
Luz que tarde ilumina,
A vida que cedo declina
Dos sonhos que não pode sonhar.
Felicidade...
Porque demoraste tanto a chegar?
Renato Oliveira
A dor
E o amor
São tão iguais,
Tão irmãos,
Que um após outro,
Se acomodam no coração.
Renato Oliveira
Senhor,
Dai-me o cantar
E que meu canto
Possa secar o pranto
Cansado de chorar
Nos olhos de minha gente.
Senhor,
Se me pudesses doar
O poder da multiplicação,
Faria de um, um cento, o pão
Com que irei saciar
A fome de minha gente.
Senhor,
Queria de tuas mãos receber
O dom da comiseração
A misericórdia no coração,
Para com elas, as dores arrefecer
No corpo de minha gente.
Senhor,
Dai-me a resignação,
A força de seguir lutando,
Em teu nome espalhando
O bálsamo suave de tua oração
À alma sofrida de minha gente.
Renato Oliveira
"Aqui jaz quem morrer não queria,
Mas, se viver não poderia,
Que caminho tomar?
Quem souber a resposta
Que a entregue, pessoalmente,
Do outro lado da porta".
Renato Oliveira