É um menininho diferente,
Diferente de todos os outros meninos.
Vive sorrindo, sempre contente,
Vive contente, sempre sorrindo.
E tudo nele é colorido, como se, de gala,
Sempre vestido estivesse.
E, espanto!, até mesmo sua fala
De muitas cores se veste.
Se ele fala do sol, de seu brilho,
De sua boca, a dançar, o amarelo sai,
Em letras errantes como andarilho,
Que, abraçado ao vento, se vai.
Quando, então, ele do céu alguma
Coisa diz, é de azul que sua boca se pinta,
Como se, numa travessura,
Mergulhasse em um balde de tinta.
Ah! Mas, quando ele diz - olha o verde!
Cada letra parece até uma alface,
Sendo cada folha uma face
Daquele molhe de verdura verde.
E assim acontece com todas as cores,
Quando, uma a uma, ele as diz.
Ou ele é um jardim de muitas flores,
Ou, então, engoliu o arco-íris.
Mas há uma de que ele gosta muito mais.
Parece invisível, poucos a veem;
É o branco que lhe inunda de paz,
E faz todas as outras viverem.
Renato Oliveira
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