terça-feira, 29 de setembro de 2020

Todos os horizontes...

Todos os horizontes que meus olhos esperam
Ver através das embaçadas vidraças
São como folhas secas pelo vento arrastadas,
Voando leves por sobre verdes vidas, que vicejam
Roçando suavemente os traços do invisível.

E tateiam os meu sentidos em sentir o sinal
Do mistério rondando a alma, em silêncios,
De interrogações e dilemas, vazios...

E dizer o que sinto, sem saber que o sinto,
Transmuta inhas ideias do real e palpável.
E eleva-me, em fumos dispersos, ao onírico
Ideários de sonhos apenas sonhados, ainda não vividos
Na conjunção dos sentimentos, em carícias acalentados.

E te escuto. Tua voz é o meu andar apartados
De mim, para que de ti não me perca.
Mosaicos dispersos por entre alma e coração,
Palavras e gestos mudos guardam
O olhar que se faz a canção
De paz e harmonia que ao infinito ecoam.

Ah! E esta presença sempre presente
Em horas e momentos tão incertos
E se fazem, um ou mais, excertos
Em imprecisas horas de ser-me ausente
Na solidão de um vazio deserto.

Eu quero o teu ser no meu querer,
Na flama que inflama o instinto
E em fogo vai desenhando o destino,
Deixando rastros por todos os caminhos
Que andarei, buscando teu cheiro de mulher e amiga...

Renato Oliveira

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