sábado, 12 de março de 2022

As Mulheres...

Elas trazem a alma no olhar.
Nos sorrisos, a calma da paz.
No ventre, a poesia da esperança com que fecundam a vida.
Nas mãos, o abrigo e o aconchego para um espírito em desassossego.
Nos lábios, a palavra doce de fé e gratidão que se faz a doce prece de intercessão, rogando ao Supremo sua divina misericórdia para todo aquele que sofre.
Se choram suas dores, o fazem no silêncio do coração, na conversa íntima com o Criador.
Preferem sorrir os sentimentos, sempre maiores que a própria dor.

Elas existem com o tempo, são o próprio tempo em renovação de vida.
São a mais suave e sublime demonstração do amor de Deus para com sua criação.

Renato Oliveira


De quando em vez...

De quando em vez,
Assim, num repente,
Do nada me vem esta melancolia
Desgarrada, brisa arredia
Em meio a este pensar...
De não pensar em nada...

Saudade e lembrança se encontram
E decidem passear de mãos dadas
Ao longo desses caminhos 
que me trouxeram até aqui.

E dá-se o encontro com o espírito antigo...
Ele está lá, no princípio de todo princípio,
Na eternidade do que já fui
(A eternidade de que nada sei),
E no futuro de tudo que serei.

Traz nas mãos um coração,
Meu coração-criança,
Que foi coração-esperança
E desertou... Não despertou
Dos sonhos que tanto cultivou.
E não sou mais do que minhas estradas...

Agora, nada mais sei das minhas verdades...
Aos ventos, na tardia consciência de mim,
A mim mesmo me dei.

De repente,
Tudo termina...
Os sonhos... Estes versos... A vida...
De repente...

Renato Oliveira