sábado, 12 de março de 2022

De quando em vez...

De quando em vez,
Assim, num repente,
Do nada me vem esta melancolia
Desgarrada, brisa arredia
Em meio a este pensar...
De não pensar em nada...

Saudade e lembrança se encontram
E decidem passear de mãos dadas
Ao longo desses caminhos 
que me trouxeram até aqui.

E dá-se o encontro com o espírito antigo...
Ele está lá, no princípio de todo princípio,
Na eternidade do que já fui
(A eternidade de que nada sei),
E no futuro de tudo que serei.

Traz nas mãos um coração,
Meu coração-criança,
Que foi coração-esperança
E desertou... Não despertou
Dos sonhos que tanto cultivou.
E não sou mais do que minhas estradas...

Agora, nada mais sei das minhas verdades...
Aos ventos, na tardia consciência de mim,
A mim mesmo me dei.

De repente,
Tudo termina...
Os sonhos... Estes versos... A vida...
De repente...

Renato Oliveira 


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