De tanto correr atrás de sonhos que se perderam...
Uma saudade tão antiga, que tem saudades
Do tempo em que era uma doce lembrança...
Ah! E também tem a cópia do meu coração.
Sim, aquele mesmo que um dia foi criança
E brincou de bem-me-quer e de romance
E descobriu que amar é que era importante.
E nunca mais brincou. Só amou...
Há, também, uns velhos sonhos surrados, desses
Que se têm quando não se tem consciência
Do quanto pode doer uma ausência
Não posso esquecer-me de falar das rosas
–pétalas secas de rosa chá e rosa amarela.
Estão entre as páginas em branco da história
Que não consegui escrever.
As páginas que ficaram em branco...
Um nome... Um sonho de amor...
Vou juntar as minhas tralhas – não todas, algumas delas
(Não cabem todas nesta mala). Fechar portas e janelas
E apagar todos os vestígios que, por descuido, tenha deixado
Em algum lugar. Vou levá-los comigo e não vou olhar para trás,
Para não me sentir tentado a ficar. O momento é agora, se faz
Necessário. O peso, nas mãos é leve – a mala é pequena,
Mas difícil de carregar...
Renato Oliveira
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