Me encaminho para as festas do silêncio.
Olho para trás; não deixo marcas
De mim. Do que fui tudo se apaga.
O tempo-criança brinca com as tranças
Do tempo-velho; sepulcro e berço.
Entre um e outro, ergui meu deserto
Povoado de sonhos adolescentes.
Em buscas e procuras do amor ausente,
Que brinca de ser-não-ser amor presente.
Em busca das manhãs onde a vida se prova,
Na voragem do tempo que tudo devora.
Entre um e outro, berço e sepulcro,
Os sonhos não morrem; jazem inertes e mudos.
Enfim, e por fim, um último brilho, a vida se ilumina
No despertar da verdade pura e cristalina.
O corpo, da alma e do espírito desnudo,
Descansa na poeira do nada absoluto.
Renato Oliveira
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