domingo, 10 de julho de 2011

É noite...

É noite. O sol, faz algum tempo,
Se foi. E me deixo ficar recolhendo
Restos de sonhos espalhados pela casa.
Dispo-me da velha esperança cansada
E a guardo junto a outras, já desbotadas
Pelo uso constante. Não, não pretendo
mais usá-las. É tarde, enfim, e me rendo
À morte dos amores que me amaram.
Resta-me esse amor que trago em mim
E este céu sempre tão azul e calmo.
E o som que me vem do campanário
A cada quarto de hora, pouco a pouco
Devora traços de vida que me restaram...

Renato Oliveira

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