sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Quando velho e sonolento...


Quando velho e sonolento me deixar ficar
Diante das últimas chamas, tomarei da memória
E a reverei docemente, com a suavidade do olhar
Que se tem sobre a própria história.

E quantas me amaram em suave graça
E verdadeiramente foi amor o que me ofertaram?
Repousa sereno, tranqüilo, no fundo da taça,
O mosto do vinho com que se saciaram.

Encurvado sobre estes restos de chamas
Tristemente lamento o amor que me tomou
No ocaso da vida. Amor de quem ama
O real, e único, e último amor que lhe escapou.

Apaga-se o lume, e a vida cessa.
E cesso, no coração inquieto,
Todas as ânsias e esperas...

Renato Oliveira

Nenhum comentário:

Postar um comentário