Quando velho e
sonolento me deixar ficar
Diante das últimas
chamas, tomarei da memória
E a reverei docemente,
com a suavidade do olhar
Que se tem sobre a
própria história.
E quantas me amaram
em suave graça
E verdadeiramente foi
amor o que me ofertaram?
Repousa sereno, tranqüilo,
no fundo da taça,
O mosto do vinho com que
se saciaram.
Encurvado sobre estes
restos de chamas
Tristemente lamento o
amor que me tomou
No ocaso da vida. Amor
de quem ama
O real, e único, e último
amor que lhe escapou.
Apaga-se o lume, e a
vida cessa.
E cesso, no coração
inquieto,
Todas as ânsias e
esperas...
Renato Oliveira
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