terça-feira, 20 de março de 2012

Faço da minha vida...

Faço da minha vida um barco...
As velas, lembranças flanadas,
Navegam em saudades
Através de todas as idades
Que me foram dadas
Viver. E eu ainda vivo...

Faço da minha alma um pássaro
Às margens de um rio pousado.
As águas mansas carregam
A melodia em que se fizeram
Todos os sonhos, sonhados
Ou não. E eu ainda vivo...

Banho meu coração na clara
Manhã dos dias feito dessa paz
Que envolve teu lembrar.
Chegas, assim, bem devagar,
Na serenidade que me faz
Viver. E seguirei na minha seara...

Renato Oliveira
19/03/12

Um comentário:

  1. Renato

    “Viver. E eu ainda vivo...
    E seguirei na minha seara...”

    Viver a Vida ,
    Que do verso se faz o seu reverso
    E se torna uma obra de arte.
    Daquele pintor cansado de tantas cores,
    Que deixa a tela em branco
    Observa apenas a brancura
    Da luz que nela aos poucos, vai penetrando.
    E como a carícia de uma brisa
    A magia de um pincel
    Aos poucos vai se completando a tela
    Pincela-se um entardecer
    De um sol que se deita
    E se acomoda no pórtico de um varandado.
    Aflora-se o calor que por tudo permeia.
    Logo a tela se resplandece
    Vibra, como a um tráfico de vida
    Enfeitada por tintas que coloridas
    Que tingem aquele cantinho mágico
    Porto seguro de um pássaro pousado.

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