Vou andando por ruas
que não mais conheço.
São, ainda, as mesmas, eu sei,
Onde por muitas vidas
andei
E não esqueço.
Mas entristeceram, perderam a singela graça
De moça virgem que
ostentavam.
Visito a velha casa da
infância.
Ainda está lá. Velha e abandonada,
Parece que dorme, com
suas janelas fechadas
-olhos cerrados para a
ausência e solidão-
das quais imagino ver
correr uma lágrima.
Eu a sinto triste,
como se houvesse nela toda saudade
–eu também a tenho- de
um tempo em que éramos felizes.
A casa e nós, que a
enchíamos de alegre vozerio,
Ou com o silêncio
solene de uma perda.
Paro diante dela e me vem a vontade gritar
“Eis-me aqui, velha
casa, sou eu, o teu menino,
aquele que abrigaste enquanto crescia.
Voltei para te ver,
reencontrar meus sonhos
E recomeçar a vida que
ficou partida
Numa partida
repentina.
Mas estamos perdidos e
distantes.
Tu, de toda tua gente;
Eu, de todos os meus
sonhos...
E me dá uma vontade
imensa de chorar...
Renato Oliveira
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