sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Velha casa da infância...



Vou andando por ruas que não mais conheço.
 São, ainda, as mesmas, eu sei,
Onde por muitas vidas andei
E não esqueço.
Mas entristeceram, perderam a singela graça
De moça virgem que ostentavam.

Visito a velha casa da infância.
 Ainda está lá. Velha e abandonada,
Parece que dorme, com suas janelas fechadas
-olhos cerrados para a ausência e solidão-
das quais imagino ver correr uma lágrima.
Eu a sinto triste, como se houvesse nela toda saudade
–eu também a tenho- de um tempo em que éramos felizes.
A casa e nós, que a enchíamos de alegre vozerio,
Ou com o silêncio solene de uma perda.
 Paro diante dela e me vem a vontade gritar
“Eis-me aqui, velha casa, sou eu,  o teu menino,
 aquele que abrigaste enquanto crescia.
Voltei para te ver, reencontrar meus sonhos
E recomeçar a vida que ficou partida
Numa partida repentina.
Mas estamos perdidos e distantes.
Tu, de toda tua gente;
Eu, de todos os meus sonhos...
E me dá uma vontade imensa de chorar...

Renato Oliveira

Nenhum comentário:

Postar um comentário