Era uma vez...
Um jovem que sonhou que podia ser
feliz...
Alçou voos, conheceu terras, mas não
encontrou a princesa que procurava.
Envolvido por poções de magia, casou-se sem saber mesmo o que fazia.
E quando, numa dessas tramas do
destino, descobriu onde poderia encontrar o amor verdadeiro, viu-se, mais do
que nunca, presa daqueles que o mantinham prisioneiro.
Viu
brotar da sua semente, a mais viçosa das flores, que continha em si o brilho do
sol, a suavidade lunar, e o perfume dos anjos.
Mas
ceifadores maldosos envenenaram lentamente esta bela plantinha, a fizeram
definhar por meses e meses a fio. E o jovem, então já não tão jovem,
desvelou-se em cuidados sem sono, tentando fazer renascer a vida que abandonava
aquela plantinha...
E
assim passaram-se anos. O jovem já não tão jovem, perdeu a voz, perdeu a vida, sem que a vida o
perdesse.
Vestiu
o coração e alma de luto, defendia-se de tudo e de todos. E passou a ser o que
nunca tinha sido. Apenas uma sombra de si mesmo..
Julgaram-no
perdido, dócil e manso servente das vontades alheias. E mais do que sofreu a
gata borralheira, sofreu ele, porque ouvia o que diziam a seu respeito.
E
faziam-no sentir-se o menor dos seres vivos, sem brilho, sem jaça, sem valor.
Mas
um dia...
Um
dia, algo mudou. Um brilho surgiu, não sabe de onde, nem quem havia mandado
aquele brilho.
Vestiu-se
novamente de vida, tomou do que era indispensável e ganhou o mundo, mas o mundo
que o recebia de volta, que o abraçava como o filho pródigo que retornava....
Renato Oliveira
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