Há rios, há
flores, há pântanos...
Mas nenhum
deles conheci.
(Não havia
olhos em mim...)
Há vida, há
morte, há sonhos...
E um pouco
de cada já vivi.
Na minha
infância havia um rio
Que
transformaram em lago –Sacrilégio!
E transformaram
em cemitérios
Uns lindos
jardins floridos.
Havia um
desabrochar de sentidos
No despertar
da adolescência.
Mas uma Rosa,
sem clemência,
De morte o
amor deixou ferido.
Havia doçura
naquele bem querer...
E houve
desesperança, por temer
Enfrentar a
tristeza da despedida
E a certeza
de uma dor tão doída.
Houve a
calma ebulição interna, que só
A mim causou
danos. A alma enferma
Enlutou-se,
deixou-se tomar pelo pó
Que assoma
as paragens ermas.
A letargia
me batia à porta...
Mas haveria
um caminho para me acolher
Onde revivessem
as esperanças mortas,
Onde, em
mim, as sentisse renascer?
Distante,
suavemente, fez-se ouvir
A voz de um
anjo. E em torpor
Segui esse som,
na ânsia de o descobrir.
Há, agora,
em mim, um amor...
Renato Oliveira