sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Curriculum Vitae...



Há rios, há flores, há pântanos...
Mas nenhum deles conheci.
(Não havia olhos em mim...)
Há vida, há morte, há sonhos...
E um pouco de cada já vivi.

Na minha infância havia um rio
Que transformaram em lago –Sacrilégio!
E transformaram em cemitérios
Uns lindos jardins floridos.

Havia um desabrochar de sentidos
No despertar da adolescência.
Mas uma Rosa, sem clemência,
De morte o amor deixou ferido.

Havia doçura naquele bem querer...
E houve desesperança, por temer
Enfrentar a tristeza da despedida
E a certeza de uma dor tão doída.

Houve a calma ebulição interna, que só
A mim causou danos. A alma enferma
Enlutou-se, deixou-se tomar pelo pó
Que assoma as paragens ermas.

A letargia me batia à porta...
Mas haveria um caminho para me acolher
Onde revivessem as esperanças mortas,
Onde, em mim, as sentisse renascer?

Distante, suavemente, fez-se ouvir
A voz de um anjo. E em torpor
Segui esse som, na ânsia de o descobrir.
Há, agora, em mim, um amor...

Renato Oliveira

domingo, 17 de novembro de 2013

Te espero...

Nas horas lentas de cada dia
Que por mim vão passando,
Te espero.

Em noites de estrelas vazias
Em sono a vida silenciando,
Te espero.

Em cada manhã renascida
Por entre alvores clareando,
Te espero.

Te esperarei... Em cada segundo
Desse tempo que me consome
Lentamente,

Te esperarei...Nesse e em outro mundo
Onde o tempo não conte,
Docemente

Te esperarei...

Te esperarei, amada, e até que venhas
E em tuas entranhas encontre a  paz
Perdida em tantas ausências,

Te esperarei...

Renato Oliveira

terça-feira, 12 de novembro de 2013

E se for sempre assim?



E se for sempre assim?
Um não estar, não ser?
Não importa. E não quero pensar nisto.
Não preciso ver-te para saber que te amo
E acreditar nesse amor.

Não há silêncios entre nos...
Tampouco há palavras...
Há murmúrios nos ventos que te trazem à mim
Enquanto dormes nas noites do meu sonhar.

Fecho os olhos para te ouvir...
E pálidas sombras tomam tuas formas
No encanto dos pensamentos a te buscar.

 Deixa-me te amar assim, desse meu jeito,
Talvez um tanto sem jeito, de te amar.

Renato Oliveira