sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Curriculum Vitae...



Há rios, há flores, há pântanos...
Mas nenhum deles conheci.
(Não havia olhos em mim...)
Há vida, há morte, há sonhos...
E um pouco de cada já vivi.

Na minha infância havia um rio
Que transformaram em lago –Sacrilégio!
E transformaram em cemitérios
Uns lindos jardins floridos.

Havia um desabrochar de sentidos
No despertar da adolescência.
Mas uma Rosa, sem clemência,
De morte o amor deixou ferido.

Havia doçura naquele bem querer...
E houve desesperança, por temer
Enfrentar a tristeza da despedida
E a certeza de uma dor tão doída.

Houve a calma ebulição interna, que só
A mim causou danos. A alma enferma
Enlutou-se, deixou-se tomar pelo pó
Que assoma as paragens ermas.

A letargia me batia à porta...
Mas haveria um caminho para me acolher
Onde revivessem as esperanças mortas,
Onde, em mim, as sentisse renascer?

Distante, suavemente, fez-se ouvir
A voz de um anjo. E em torpor
Segui esse som, na ânsia de o descobrir.
Há, agora, em mim, um amor...

Renato Oliveira

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