Guardo um
segredo que é só meu.
Vez ou
outra, distraído, eu o deixo
Vir sentar-se
nos meus lábios.
Acomoda-se preguiçosamente
E passamos a
conversar, o segredo
E eu. E eu
lhe conto dos meus sonhos,
Todos, desde
aqueles sonhos criança
Até os
sonhos adultos, já cansados
De tanto
serem sonhados,
Mas que
vivem no meu sono.
Meu segredo
alimenta-se dos sonhos;
E cresce,
cada dia mais difícil
Se faz
contê-lo. Quer escorregar,
Deixar-se
correr livre, na liberdade
Dos que se
sabem verdade
E precisam
gritar aos quatro ventos
Que não podem
ser segredos
O amor, o
querer e o desejo.
Mas eu o
detenho. Ele mora
Em mim, e
aqui há de ficar,
Silenciosamente,
a espera
Do momento
de se mostrar.
Então, ele
sorrirá feliz no meu sorriso
E dormirá na paz de te amar...
Renato Oliveira
Schopenhauer disse: “ Se não conto o meu segredo, ele é o meu prisioneiro. Se o deixo escapar, sou o prisioneiro dele. A árvore do silêncio dá os frutos da Paz ” Possuir as chaves da cela dos meus segredos não me tornam senhor e donos deles por inteiro, pois será necessário o ato permanente de vigiá-lo, para que eles não venham de alguma forma a fugir de dentro de mim. ( Um momento de fragilidade emocional, um segredo poderia aproveitar a oportunidade de escapar de meu controle, de minha cela interior).
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