domingo, 26 de janeiro de 2020

Crepúsculo...

Seis horas da tarde...

Hora do Ângelus...
Hora da Ave-Maria...

Hora que me vem essa saudade
Que me toma e acaricia
Qual fosse a filha dileta
Chegada em hora tardia,
E, lépida, se presta 
A aliviar-me a alma vazia.

Seis horas da tarde...

Hora do Ângelus...
Hora da Ave-Maria...

Na penumbra da idade
Não guardo sonhos ou fantasias
De que te faças, outra vez, a realidade
Que deixou marcas na cama,
Na vida, na carne.

Repiques de sino ao longe, numa
Distância que me foge saber onde...
E como um andejo que se desfuma
Na estrada, em meio ao que me conduz,
Sou-me minha própria cruz...
Da vida, o fim em agonia...

Seis horas da tarde...

Hora do Ângelus...
Hora da Ave-Maria...

                                                                                                                                    Renato Oliveira.


Nenhum comentário:

Postar um comentário