quarta-feira, 17 de junho de 2020

Estrelas...

Ah, estrelas... essa miríade de luz tão distante de mim... pairando
Em aureolada névoa, meu sonho em seu seio flutuando
Na suavidade de um abraço, de um acalanto, com aromas de paz.
Deixo-me arrastar na languidez desse momento...
Mas, meu coração pulsava em busca de um alento...
Por que, agora, essa luz mais distante de mim se faz?
E grito, me agito. E me lanço, feito raio, ao infinito,
Mas não passo de leve e breve brisa, sopro finito
Que finda-se como a luz das estrelas em céu nevoento,
Que vai, lentamente, gotas de orvalho no meu olhar tecendo,
Véu de prata que a todas estrelas encobre...

Renato Oliveira

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Ciclos...

Na ordem das minhas desordens, catando ventos vadios, colhendo perfumes de flores baldias, vou traçando meus caminhos através do tempo. 
Vou me vestindo das gentes que cruzam comigo nessas andanças - sou um pouco de cada um.
Trago nos bolsos, sempre, alguns raios de sol. Por vezes, ou quase sempre, é preciso iluminar o caminho.
Também guardo nos olhos um pouquinho de chuva, mas não uso muito, não. Prefiro misturá-la com o sol e, assim, enfeitar a vida com um belo arco-íris.
Felicidade? Sim, eu a tenho. Em cada sorriso que me recebe, no amor  que me acolheu, nos instantâneos de ser a essência Divina que me move, retratados nos gestos da vida.
Fecham-se os ciclos. Um após o outro. E sei que valeram a pena. Eu sei que vale a pena.
Por todos que me cercam. Por mim.

Renato Oliveira

sábado, 13 de junho de 2020

Vento ventou...

Vento ventou ventania
Nas bordas do tempo,
Nas curvas do dia
E, também, aqui dentro,
Bem dentro de mim.

Revirou saudades,
Levantou nostalgias,
Lembranças vazias
Que não lembrava mais.

E de toda essa agitação,
Restou, pendurado ao coração,
Um rosto, um olhar,
Retrato feito de imaginação,
A minha... Que pensava te ver,
Mas..., jamais te via.

Renato Oliveira