segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Saber de si...

Ser e saber de si...
Sem medo ou vergonha de ver o tempo passando,
Se os cabelos estão brancos ou rareando,
Mas ganhando do tempo, o tempo preciso
Para trazer no rosto, ainda, muitos sorrisos,
Daqueles que te façam um eterno menino
Travesso, sapeca, feliz...

Ser e saber de si...
É envelhecer com todo bem que se quis,
Tudo sabendo, mas sempre um aprendiz
No firme propósito de existir e acreditar
Na sabedoria que te permite galgar
Descobertas e experimentar prazeres,
Todos, todos aqueles que possas ter.

Ser e saber de si...
É saber envelhecer contando estrelas,
Não as possuindo, mas, à todas, te-las
Contidas nos olhos faiscantes e curiosos
De uma outra noite, noite que se repete
Em arte de luz e melodia celeste.

Ser e saber de si...
É saber que envelhecer é cantar,
Dançar, passear de mãos dadas
Com a felicidade e a vida que sonhou
(Teve? Não teve?), e guardou na fantasia,
Crescendo junto com todos os sonhos.

Ser e saber de si...
É saber que envelhecer é amar
O amor maduro que não exige - aceita,
Que nada impõe - apenas espera,
Que não se explica - se mostra...
É o beijo apaixonado por saber-se amor.
É saber do desejo, e da sabedoria de o saciar...

Ser e saber de si...
Ah! Saber de si é fazer
O envelhecer transformar-se em arte
De ser feliz por saber-se intenso,
E viver as emoções aos outros despercebidas,
É trazer no peito toda uma vida
E oferecê-la para quem segue adiante...

Renato Oliveira

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