Entre
dar um nó, ou fazer um laço. O nó estrangula, o laço enfeita.
Entre
palavras ou pensamentos. Palavras nos apontam, o pensamento acaricia.
Entre
sonhos e realidade. O sonho liberta, a realidade aprisiona.
Tantas
escolhas começam (começaram) e terminam (terminaram), mas nunca realizadas de
fato.
Era
uma vez...
Desfazer
um nó e recomeçar o laço, concretizar pensamentos em palavras, aprisionar
sonhos numa fria realidade...
Um
sonho, um desenho de vida, uma aquarela que se pintava com todas as cores, as
mais vivas e alegres que tínhamos à nossa disposição.
Era
uma vez...
Aspirações,
desejos, ideais, pensamentos que se dispersaram na necessidade de viver a vida
que a sociedade, a sábia sociedade, sempre nos impõe como sendo a mais correta,
diante de suas normas éticas e morais, isso, sim, o nó de uma pura hipocrisia.
E
assim foram nos despindo de nossas fantasias, da magia dos sonhos, do encanto
com que se buscava enlaçar a vida que era nossa.
Mas
para os renitentes, para os “rebeldes”, restaram as palavras. Algumas palavras
que jamais serão escritas, que escolhemos guardar dentro da alma; aquelas que
só são ou serão escritas em segredo e que se manterão em segredo, longe dos
olhos que as possam condenar. Para os rebeldes, permanecerão os laços a
envolver todos os sonhos.
E
assim passamos a existir. Numa dualidade que ninguém conseguirá vislumbrar
plenamente.
Aquela
existência real, só nossa, quando mergulhamos em nosso mundo, onde poucos,
raros, tem a oportunidade de fazer parte.
Vivenciamos
aquela do dia a dia, que se apresenta do jeito, da maneira, que todos esperam.
Tendo
as reações que todos esperam. Tendo as respostas que todos esperam.
E
assim passamos a nos vestir e despir de vida, conforme o momento nos imposto e de
acordo com as necessidades. Vida cheia de nós, distantes das carícias de nossos
pensamentos e sonhos. E aqueles que nos cercam jamais nos verão e conhecerão em
nossa essência mais pura, de alma e coração.
Renato Oliveira
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