segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Era uma vez... Escolhas...



Entre dar um nó, ou fazer um laço. O nó estrangula, o laço enfeita.
Entre palavras ou pensamentos. Palavras nos apontam, o pensamento acaricia.
Entre sonhos e realidade. O sonho liberta, a realidade aprisiona.
Tantas escolhas começam (começaram) e terminam (terminaram), mas nunca realizadas de fato.
Era uma vez...
Desfazer um nó e recomeçar o laço, concretizar pensamentos em palavras, aprisionar sonhos numa fria realidade...
Um sonho, um desenho de vida, uma aquarela que se pintava com todas as cores, as mais vivas e alegres que tínhamos à nossa disposição.
Era uma vez...
Aspirações, desejos, ideais, pensamentos que se dispersaram na necessidade de viver a vida que a sociedade, a sábia sociedade, sempre nos impõe como sendo a mais correta, diante de suas normas éticas e morais, isso, sim, o nó de uma pura hipocrisia.
E assim foram nos despindo de nossas fantasias, da magia dos sonhos, do encanto com que se buscava enlaçar a vida que era nossa.
Mas para os renitentes, para os “rebeldes”, restaram as palavras. Algumas palavras que jamais serão escritas, que escolhemos guardar dentro da alma; aquelas que só são ou serão escritas em segredo e que se manterão em segredo, longe dos olhos que as possam condenar. Para os rebeldes, permanecerão os laços a envolver todos os sonhos.
E assim passamos a existir. Numa dualidade que ninguém conseguirá vislumbrar plenamente.
Aquela existência real, só nossa, quando mergulhamos em nosso mundo, onde poucos, raros, tem a oportunidade de fazer parte.
Vivenciamos aquela do dia a dia, que se apresenta do jeito, da maneira, que todos esperam.
Tendo as reações que todos esperam. Tendo as respostas que todos esperam.
E assim passamos a nos vestir e despir de vida, conforme o momento nos imposto e de acordo com as necessidades. Vida cheia de nós, distantes das carícias de nossos pensamentos e sonhos. E aqueles que nos cercam jamais nos verão e conhecerão em nossa essência mais pura, de alma e coração.

Renato Oliveira

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