segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Venta agora...

Venta agora. Um vento chucro, desgarrado nas asas do tempo, ora para a direita, ora para a esquerda. Parece querer trazer-me algo ou, quem sabe?, arrastar-me à outras paragens.

Sabe aquele vento que parece um abraço que esperamos e que vem de quem tanto gostamos? Pois é deste vento que falo. Que deixa os cabelos em desalinho, como em desalinho ficam os namorados no ato do amor. Um vento que não é frio, é quente sem queimar, feito abraço dado não apenas com os braços, mas com todo o corpo, principalmente o coração.

E, no seu correr, vai rejuntando pedaços que se encontravam perdidos, esquecidos, esperando  serem recolhidos e transformados novamente naquele “eu” adormecido por alguns meses.

Sopra, vento, sopra mais. E mais. Vem, me refaz da vida que ainda sei existir, da qual não quero desistir.

Sopra, vento, sopra mais. E me arrasta por caminhos que sabes quais são. Ou me trazes quem espero com sofreguidão.

E o vento se vai, e o vento volta, mas ainda não te encontro.

Renato Oliveira

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