quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Eu passarei...

Passarei. Isso já estava escrito
Antes mesmo de eu nascer.
Eu passarei como todos passarão.
Mas quero guardar para mim
A dor, o desprazer, de chorar a todos.
Não se trata de egoísmo,
Mas de uma forma de carinho.
Não quero que ninguém me chore,
Pois acho que não mereço tal pranto.
Reservo-me, pois, o direito
De esperá-los partir, para contar
Com um cortejo que me aguarde
Quando chegar a minha vez.

Mas, talvez, seja egoísmo sim
Ou, então, o medo da morte
Que procuro disfarçar
Com esta falsa afirmação
De não querer fazê-los chorar,
Coisa que não sei se irá acontecer.
De qualquer forma, acreditem,
Realmente eu não faria nada
Que maltratasse ou magoasse
O coração de quem me quer bem.


Renato Oliveira

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