Na parede, olhos fixos em direção à porta,
Sorriso de Madona, parece ter vida
Em meio ao silêncio e o vazio da casa.
A chuva batendo nos vidros da janela,
No rádio uma canção que canta saudades,
Tudo isto me trás lembranças tuas.
E sonho. Diante da janela, olhando a rua,
O pensamento se perde e flutua
Em busca de todos os momentos
Em que estiveste junto a mim.
E tão real é a idéia da tua presença
Que sinto teu corpo rente ao meu,
O calor da tua boca, o carinho dos teus braços.
Tento te tocar e desfaz-se tua imagem,
Miragem pelo desejo do amor criada.
E não te vendo, desfaz-se, então, a ilusão
E nem a mim me sinto.
Chove. E, na parede, teu mudo retrato,
Sorriso de Madona, parece zombar de mim...
Renato Oliveira
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