Mãe negra de filhos famintos,
Abrigas cadáveres nos ventres
Das tuas mulheres.
Da raça negra, daquela tua gente
Exilada pelo mundo sob o açoite
Da chibata, semeias, hoje,
Túmulos por filhos que não nasceram
Por filhos que não cresceram,
Por pais e filhos que não viveram.
AFRICA
Mãe negra da fome
Que corre por tuas terras
Levando em suas garras
Seres desfigurados pela fome
Que se arrastam feito animais
Febris, em convulsões mortais.
AFRICA
Grita, te agita,
Mostra ao mundo
Esta tua cara faminta,
A miséria em que te deixaram
As guerras, as ambições.
A exploração desenfreada
Das tuas riquezas. Do africano.
Mostra aos poderosos das grandes nações
Que também fostes o berço da humanidade.
Que mereces, também, um pouco de piedade.
Por tuas crianças descarnadas.
Por teus velhos de olhos saltados de fome.
Por tua gente que morre, morre, morre...
Renato Oliveira
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