Quem nunca sofreu por calúnias espalhadas e jamais comprovadas?
Quem nunca viu seu nome envolvido em fofocas de pessoas sem escrúpulos, sem o menor respeito pelo ser humano?
À estas pessoas que se comprazem em infernizar a vida alheia, eis o meu tributo.
Língua ferina, maltrapilha,
Envolve com veneno vidas alheias.
Não vale mais que uma casquilha
quem, com intrigas, a outros golpeia.
Língua comprida, não boca não se mantém.
Bate a todo instante, insatisfeita,
Por maldade ou inveja de quem
Às suas intrigas não se sujeita.
De tanto dançar entre os dentes,
Um dia ainda há de se morder,
Sentindo em seu corpo escorrer
O sumo do veneno de serpente
Ferindo-a como à tantos já fez.
Talvez, então, tome jeito,
E abandone essa prática nojenta
De falar mal de tanta gente.
Renato Oliveira
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