sábado, 3 de outubro de 2009

Sonhei que caminhava por caminhos situados
Entres as montanhas de um país distante,
Quando, ao longe, avistei um aglomerado
De pessoas em silêncio. Ao meio deles,
Havia um homem que lhes falava docemente.

Ao me avistar, dirigiu-se à mim.
E, pousando a mão suave
Por sobre meu ombro, disse-me:
"Abandona esse tédio lasso,
Vai e entrega-te à lida sincera.
Vê, ao longe, o cadafalso?
É o destino daquele que espera
Em orgia e gozo, o fim que não virá.
Formarão imensa caravana
De andrajosos peregrinos,
Arrastando tesouros mundanos
Frutos do orgulho e do egoísmo,
A pesar-lhes a alma e o destino.
Suave é o caminho daquele que ama
E se entrega, sem medo, à doce missão,
Sublime dever, de retirar da lama
Que, pelo desamor, tem fechado o coração."

Renato Oliveira

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