quinta-feira, 23 de julho de 2009

Ao Rodrigo (In memorian)...


Rodrigo. Meu filho. Nascido numa quarta feira de cinzas, para alegrar o carnaval de 74, que já se despedia. Em doze anos, soube mais sobre os Beatles (que já não existiam fazia quatro anos antes do seu nascimento), sobre aviões e sobre tantas outras coisas, do que eu nos meus trinta e nove anos. Nesses doze anos de convivência, me ensinou mais sobre o que é viver, sorrir e cantar, do que a vida pode me mostrar. Nesses doze anos com ele, aprendi o que é ser forte, quando a dor nos oprime o corpo e o coração, a ser humilde, a ser caridoso, mesmo quando disso tudo é que precisamos. Foi ele que me ensinou a pescar. Não os peixes simplesmente. Havia que ter a paciência, saber da isca, o momento de recolher a linha com o resultado de todo esse trabalho. Esse é o meu garoto. Não se foi, não se irá nunca enquanto pulsar meu coração. E quando essa máquina parar, iremos juntos passear pelas brancas nuvens do céu.

Meu garoto!

Onde estarás agora?
Que mundos já terás percorrido?
Mas, por mais distantes que sejam,
Eu te sinto aqui, bem pertinho de mim.
Que saudades, meu garoto,
Dos “Paiê” que a todo momento ouvia,
Dos passeios, das pescarias,
Dos longos vôos em sonho
Que a gente fazia.
Lá estavas tu de comandante,
No teu avião branco e brilhante
A comandar um espaço
Que era só teu.
Ao som dos Beatles,
Ou um rock bem batido.
“Let It Be”, “Help”,
Um ultimo apelo
Na “The Long And Winding Road”.
Juntos, feito corpo e alma,
Enfrentando um “A Hard Days Night”,
Fomos pela vida um só.
E continuamos um só
Na força do pensamento,
Na força do sentimento
Que sempre nos uniu.
Um abraço, garoto!
Que sejas feliz.

Renato Oliveira

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