Passara a vida sendo responsável por um rebanho familiar, onde um só reconhecia-lhe o valor e o desprendimento.
Mas era um sonhador... E viva a filosofar, mesmo que disso não soubesse...
E perdia horas tentando entender o enredo da vida, todos seus liames e emaranhado de passos que levam, quase sempre, ao sofrimento e à solidão.
E deixava-se ficar esquecido de si mesmo nesses pensamentos, em busca da verdade que um dia poderia lhe trazer a felicidade. Que lhe desse, por menor que fosse, um tiquinho de tempo para ser feliz.
E passou, nas modernidades do tempo atual, a navegar pelo mundo através da tecnologia de um computador. Encontrava temas que o encantavam, notícias que o aterravam, manchetes que o espantavam.
Mas, um dia, achou algo mais. Um nome. Sim, apenas um nome. Mas continha esse nome tal força, tal energia, e nele se impregnou de tal forma, que o brilho daquele nome o fascinava.
E a partir daquele dia, não via a hora da noite chegar para poder conversar com a dona daquele nome. Não a via, nada sabia, mas estava apaixonado.
E, assim, o tempo passou.
E ele, então longe daquela cidade, dela mais próximo, porém ainda sem se tocarem, deu-se conta de que o amor que os unia, era como o sol e a lua, pois mesmo que se amassem, estavam distantes um do outro, presos as suas preocupações; ele, a reconstruir e reconduzir sua vida por caminhos menos árduos; ela, aprendendo a conviver com o amor ausente.
Se choraram, se choram ainda a cada noite pelo amor ausente, não vou lhes dizer.
Mas esperam, sim, pelo Senhor da Vida, que virá e lhes dirá que podem seguir juntos, que seus compromissos foram todos cumpridos e que um amor como aquele não pode viver solitário em cada coração.
Te espero tôdas as manhãs...
Não sei quem és,
De onde vens, para onde vais.
Apenas sei que vens e que passas
Indiferente ao meu olhar
A seguir teus passos pelas calçadas
Vazias de tôdas manhãs.
Enquanto segues teu caminho rotineiro,
Me entrego aos sonhos, por inteiro,
Que tua presença desperta.
Queria saber tudo de ti.
E queria estar na tua vida,
Nos teus olhos, na tua boca,
Mergulhar no teu corpo
E em ti me deixar renascer.
Eu queria, tanto, tanto,
Mas, no entanto,
Só te vejo passar...
Renato Oliveira
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